Desde que comecei a pintar essa série de mulheres em azul não consegui mais usar outras cores para pintar pessoas; algo que vejo como uma fase e que tenho deixado me dominar no melhor dos sentidos.

Há um silêncio e um mistério que me agradam, ao passo que uma força também na vontade de combinar os tons e misturá-los para criar novas possibilidades de azuis, que não existam na paleta pronta. São descobertas que vou fazendo e percebendo que a partir de uma paleta que parece reduzida, há infinidades de azuis dentro dos azuis.

Além dos gestos e posições destas mulheres, que escolho a partir de fotografias que recorto, colo e misturo do banco de imagens da internet - sempre em situações de cumplicidade e (auto)acolhimento, o domínio de uma cor silenciosa e ampla como o azul tem me instigado a persistir nessa fase.